terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

"Tigres", meu novo EP

Alô, pessoal!
 
Após um longo período sem postagens, estou reativando o blog para divulgar e falar um pouco sobre esse novo trabalho que fiz; o EP "Tigres".
 
Antes de mais nada, cabe ressaltar que o trabalho não conta com grande produção. Eu mesmo gravei, mixei e masterizei todas as faixas, com os equipamentos que disponho em casa. Todas as músicas foram compostas por mim. Também gravei todos os instrumentos e criei todas as programações. É um trabalho bem pessoal e intimista, por sua natureza. E qual é essa natureza? Bem, vamos lá.
 
Certa vez, eu estava lendo o livro "1808", de Laurentino Gomes, que trata da fuga da família real portuguesa para o Brasil durante as guerras napoleônicas. E nesta leitura, me deparei com a figura dos "tigres"; eram escravos que tinham a árdua tarefa de carregar os baldes com dejetos humanos das casas de seus senhores, para serem esvaziados em uma área específica da cidade. Eles carregavam os baldes nas costas, e aquela mistura de urina e fezes ia aos poucos se derramando neles. Com o sol quente, a pele riscada pelo caminho do líquido ia ficando marcada, e daí o "apelido".
 
Ler isso mexeu bastante comigo, e a história dos "tigres" nunca mais saiu da minha cabeça. Pensar que isso era uma realidade cotidiana de apenas 200 anos atrás, nas ruas da capital do Brasil, é algo chocante.
 
Neste mesmo período, eu me aprofundei muito em pesquisas e leituras sobre o alcoolismo. Eu queria entender a experiência de outras pessoas, os impactos no cérebro e na saúde, física e mental. Eu queria, acima de tudo, entender a minha própria experiência. Saber em qual estágio da cadeia eu me encontrava, e quão preocupado você deve ficar quando começam a aparecer certos sintomas no seu corpo e na sua vida.
 
Um belo dia, eu estava no banho e comecei a cantarolar um refrão, que viria a ser da música "Fazer o Que". A música trazia um personagem alcóolatra, que dizia que já bebeu todas as mágoas do mundo, e o que que ele poderia fazer, se as mágoas do mundo são mais fortes do que ele. E na mesma hora me veio um estalo muito forte: esse seria o tema do meu trabalho; "tigres" do meu cotidiano, os escravos do vício. Os tigres que se rastejam na mesma lama dos de outrora, em razão de uma escravidão psicológica e física imposta por alguma substância.
 
Para escrever as músicas, eu me baseei obviamente em minha própria experiência de vida, acrescendo elementos que encontrei em textos sobre o tema, criando uma estrutura cronológica que se denota da ordem das músicas. Assim, o trabalho está de certa forma dividido em Embriaguez / Ressaca / Doença / Cura. As quatro músicas representam, respectivamente, cada um desses estágios. Ressalto que não sou e nem quero me passar por psiquiatra. A explanação das músicas não traz a verdade absoluta sobre os temas; é apenas um registro daquilo que me baseei para criar as letras.
 
Não são músicas alegres, para dançar, agitar festa, nem tocar na rádio. São músicas intimistas, depressivas, e acima de tudo, honestas. A gravação não é boa, como eu já expus acima, mas fiz o melhor que pude com esse tema tão complexo. E espero que o trabalho seja compreendido dentro desse aspecto conceitual, que eu, particularmente, considero bastante relevante.
 
Obrigado pela leitura, e vamos às músicas.

"TIGRES"
 
PARTE 01 - "HOJE AINDA NÃO"
 
Esta música representa a Embriaguez. A nostalgia e a compulsão se unem para criar um ambiente de revisita interminável aos mesmos lugares, aos mesmos bares. A vontade de perpetuar o momento e a sensação de prazer criada pela bebida (ou outra substância, como queira) faz com que nunca se queira dar-se por vencido e encerrar o consumo. A consequência inexorável é a perda dos sentidos, quando o corpo entrega os pontos e apaga, e consequente amnésia.



PARTE 02 - "FAZER O QUE"

Esta música representa a Ressaca. Acordar após uma bebedeira barra pesada não é fácil. Tudo está fora do lugar, bagunçado. Não se lembra onde estão as coisas, ou até mesmo como foi parar em casa (se é que está em casa). A ressaca por si só dá uma sensação de baixo astral na pessoa. E dependendo da graduação da ressaca e das consequências acarretadas na vida da pessoa, se transforma em uma real sensação de depressão. A bebida (ou outra substância, como queira) é responsável por causar danos à vida pessoal e profissional da pessoa, podendo acarretar em dissolução da unidade familiar, e em casos mais graves e não pouco frequentes, violência doméstica.



PARTE 03 - "SAHOS"
 
Essa música representa a Doença. É de notório conhecimento popular que o consumo excessivo de bebida (ou outra substâ... você já sabe, né?) causa problemas à saúde, podendo inclusive levar à morte. No caso, foquei em um problema que eu tive pessoalmente. Após uma semana na qual bebi bastante, chegou finalmente o dia em que o corpo pediu arrego e fiquei em casa quieto para "curtir" a minha ressaca. A minha respiração estava um pouco travada, o corpo não estava funcionando totalmente bem. Quando chegou à noite e fui dormir, comecei a sofrer com uma apneia (SAHOS) muito forte. SAHOS significa Síndrome de Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono. Isso pode ser causado por uma série de fatores, incluindo o consumo do álcool. Quanto maior o consumo, maior o impacto causada pela apneia. Nessa noite, assim que eu caía no sono, eu parava imediatamente de respirar. O corpo, como diria Roberto Abras, "sentindo o drama", dava um choque de adrenalina para a respiração voltar e não me deixar morrer. Com isso, eu acordava com um pulo, muito assustado, o coração disparado. E isso se repetiu por toda a noite. Sono, apneia, choque de adrenalina, coração disparado. Foi a pior noite da minha vida. Eu morria de sono, mas não queria dormir, porque achava que iria morrer com uma parada cardíaca. Foi uma noite extremamente paranoica. E não é preciso ser nenhum gênio para saber que esse problema pode acarretar doenças cardíacas.



PARTE 04 - "YOGA"

Essa música representa a Cura. Existem várias formas de se dar a volta por cima quando o álcool se torna uma espécie de problema na sua vida. Claro que a gravidade influi no tratamento. Mas de uma maneira geral, o básico é buscar uma mudança de rotina. Descobrir novos prazeres, novos hobbies, novos objetivos, e focar neles. Quando tive o problema narrado na música anterior, decidi buscar algo novo na minha vida. E foi quando descobri o Yoga. Essa prática maravilhosa traz um novo diálogo consigo mesmo, uma nova relação com o próprio corpo, uma busca pelo controle total do corpo e da mente. É um diálogo que vem de dentro para mais dentro ainda, e descobri-lo me trouxe uma grande ajuda, não só para ter um maior controle sobre meu psicológico, mas também física. É uma prática de relaxamento, meditação, concentração, respiração. Se você precisa dessa mudança de hábito, o primeiro a se fazer é descobrir o seu próprio yoga.


Encerro a postagem deixando o meu imenso agradecimento ao artista amigo André Burian, que permitiu que eu usasse sua pintura como arte deste trabalho. É o tigre da sua série fantástica SEOMAR. Procure mais nas redes do artista.
 
Grande abraço a todos!

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Entrevista com André Prando

Alô alô pessoal!

Amanhã, quinta-feira, dia 06/04, teremos na casa de música autoral A Autêntica, em Belo Horizonte/MG, show do capixaba André Prando; músico e compositor que é destaque no cenário independente brasileiro. Eu, particularmente, fico muito feliz com a notícia, pois, além de poder acompanhar o show da fera, ele virá para abrilhantar a noite de lançamento do disco da minha banda Lobos de Calla, "Às Vezes Eles Voltam"; noite que ainda contará com a Devise, uma das bandas mais legais de Minas, já apresentada aqui em outras oportunidades.

O músico, que já passou com seu rock psicodélico por alguns dos principais palcos de música alternativa no Brasil, apresentando seu primeiro disco solo "Estranho Sutil" e seu EP "Vão", me concedeu a honra de dar uma palavrinha aqui para o blog, falando um pouco sobre sua passagem por BH, seu momento musical, e claro, o famoso e popular futuro. Alô Mãe Dinah! Vem comigo.


E.L.: André, você que é um camarada que já tocou outras vezes em BH, qual sua expectativa para esse show e qual a sua relação com o público local?

A.P.: Pois é, cara, já toquei algumas vezes em BH. Acho que uma das primeiras vezes foi na noite Cantautores, um evento tão maneiro que é o Cantautores, e foi no Teatro Spanka lá no Baixo Centro. Outras vezes também já tinha ido a BH visitando e sempre achei o cenário muito maneiro. Acho que o Baixo Centro foi um dos primeiros lugares que conheci ali. E desde as primeiras vezes que eu fui, sempre foi um público muito receptivo. Desde o primeiro show que eu fiz, sempre apareceu uma galera interessada, que já acompanhava o trabalho pela internet e estava aguardando o show, então sempre foram shows bem quentes, bem legais. Essa é a primeira vez que eu levo o show com banda. Eu sempre fui em voz e violão, e agora com banda, acho que não poderia ser em um momento melhor, porque além de ser o show completo, a gente está com um show novo. Na formação, a gente acrescentou um teclado agora, um sintetizador, então o som está bem lisérgico, bem maneiro. A gente toca músicas novas, além de tocar músicas do "Estranho Sutil" e do "Vão", que são os outros discos. Enfim, estamos preparando esse 'despedindo', mais ou menos, do "Estranho Sutil" e começando a preparar o terreno para disco novo. Vai ser bem maneiro. E desde o início, a gente falando em levar show completo para BH, sempre quis que fosse na Autêntica, porque é a casa referência de música autoral em BH. A gente sabe que tem várias casas maneiras, mas já com uma cena de cover e tal, e a Autêntica veio pra fazer a diferença mesmo e pra fazer bonito. Enfim, que bom que rolou agora, e obrigado pelo convite.

E.L.: O seu disco "Estranho Sutil" é um disco bastante elogiado por crítica e público. Como foi a concepção desse disco? Composição, produção...

A.P.: Cara, "Estranho Sutil" foi um disco feito por muito tempo. Foi um disco demorado. Um disco de músicas que eu compus não no momento de gravação do "Estranho Sutil", mas de alguns anos antes e músicas que foram sendo feitas no decorrer de alguns anos e compondo um mesmo universo. E aí, quando chegou na época de produção do disco, na verdade, já tinha muitas outras músicas na manga, mas existia um universo de algumas dez músicas ali, que são as do disco, que já conversavam muito bem. Então, nenhuma delas poderia sair depois, sabe... poderia deixar de estar naquele universo ali. Conversavam muito bem dentro do conceito do que é o torto, as diferentes perspectivas das coisas e suas relativizações.
O disco foi lançado de forma independente, foi gravado no estúdio Torre Inc., sob produção do Rodolfo Simor. É isso aí. Muita energia depositada.

E.L.: Recentemente, você lançou o single "Em Chamas No Chão". Seria uma espécie de prólogo de um novo disco que se avizinha?

A.P.: Pois é, como eu disse. A gente está em um momento agora de circular com o show que já tem uma efervescência de coisas novas mesmo. A intenção é de que saia um disco novo até o fim do ano, então, saiu essa gravação que foi pra coletânea "Faixa 6", e já está disponível, já rola nos shows. Já mostra uma sonoridade diferente, pra quem já acompanha o trabalho há algum tempo ver que, não que seja uma proposta diferente, mas que o som tem se transformado. E as novas músicas que estão com essa cara diferente... eu estou muito entusiasmado trabalhando com elas, numa onda bem maneira. Uma onda mais lisérgica.

E.L.: Para finalizar, como anda a agenda? Onde o pessoal poderá te encontrar nos próximos dias?

A.P.: Esse final de março, começo de abril, foi um período de fazer uma mini tour. A gente começou por São Paulo, onde gravou o Estúdio Showlivre, material bem maneiro que está disponível aí - assistam - que já apresenta esse som novo e tal. Na mesma noite, a gente tocou junto com o Juliano Gauche em São Paulo. No dia seguinte, a gente tocou em São José dos Campos. No dia 1º, a gente tocou no Rio de Janeiro. Agora no dia 6, a gente toca na Autêntica, em BH. Dia 7 e dia 8, a gente toca em Campos dos Goytacazes. Então rolou essa circulação aí. Uma viagem que a gente está fazendo de carro. Pela primeira vez, a banda toda no carro, apertadinho e maravilhante. Esse período já está sendo bem maneiro de shows. Agora é circular mais com esse show, e aguardemos novidades. Valeu pelo convite! A Autêntica vai ferver... em chamas no chão (risos).

Então é isso, caboclada! Deixando aqui o meu muito obrigado pela contribuição ao André Prando, deixo vocês com "Em Chamas No Chão".


Show de lançamento do novo disco da Lobos de Calla, com Devise e André Prando

Alô alô moçada!

Amanhã, quinta-feira, dia 06/04, será realizado na Autêntica, em Belo Horizonte, o show de lançamento do novo disco da minha banda, Lobos de Calla, sobre o qual já falei aqui em post anterior.

Se liga na fita!



Lançamento Lobos de Calla + Devise + André Prando (Vitória/ES)


Após três anos de inatividade, os mineiros estão de volta em nova fase e com disco inédito

Composta por Eduardo Ladeira (guitarra e vocais), Bernardo Silvino (baixo) e Diego Mancini (bateria), a Lobos de Calla mostra um rock de várias vertentes, sem rótulo específico. A sonoridade é marcada pela diversidade, somando as variadas influências de cada integrante. A banda trilha o seu caminho em busca de apresentar um som único, com o objetivo de trazer de volta os tempos áureos do rock nacional.

Eclético, o novo álbum “Às Vezes Eles Voltam” viaja nas raízes da banda e mescla as influências musicais dos integrantes. É notória as referências a estilos e movimentos musicais diversos, como o rock nacional dos anos 90, o rock britânico dos anos 60, o punk rock e até mesmo elementos do rock progressivo. 


Formada por Luís Couto, Bruno Vieira, André Carvalho e Daniel Mascarenhas, a banda mistura indie rock, britpop e influências dos anos 60, fazendo um som despretensioso e objetivo ao mesmo tempo. Embora o quarteto siga um estilo autoral, com letras originais e em português, basta escutar algumas vezes o disco ou ter ouvidos sensíveis para perceber a importância de bandas como Oasis, The Smiths, The Strokes, Nirvana, The Velvet Underground e até mesmo artistas como Lô Borges para a formação do grupo. 

As composições, por sua vez, embaladas por riffs marcantes de guitarras, mesclados com a voz rasgada do vocalista, têm um tom meio existencialista. Expressam um feeling ora descrente ora desorientado. “Vai ver/De tanto me enganar me perdi/Não vou me achar”, diz a música “Incerteza”.

André Prando (Vitória/ES)

André Prando é um dos principais nomes da música no Espírito Santo atualmente. Músico e compositor, tem ganhado cada vez mais espaço no cenário da música independente com seu trabalho solo bem pisado no rock que, explorando diferentes vertentes musicais, expressa sua identidade através de letras com forte cunho poético que estimulam a racionalidade e sensibilidade. Prando transpõe o campo musical buscando referências no cotidiano, literatura e na poética do que chama da “beleza do feio”. Com voz e identidade marcante, chama atenção por sua performance visceral no palco.

Estranho Sutil é seu álbum mais recente, lançado em abril de 2015. O disco, que flerta com a psicodelia setentista, foi destaque em vários meios de comunicação como um dos melhores discos da música brasileira em 2015. São 10 faixas, gravado no estúdio Torre Inc (Vitória/ES), com produção musical de Rodolfo Simor + André Prando. A nova sonoridade explora uma linha psicodélica que sugere a percepção de temáticas do cotidiano e introspecções existenciais, fazendo poesia do oculto e do real, colocando-os como um só. Estranho Sutil reforça o discurso da “beleza do feio” e o “estranho”. O disco conta com 8 composições de Prando, uma composição de Augusto Debbané - Vestido cor maçã - e o resgate da canção inédita dos anos 70: ‘‘Última esperança’’ do consagrado Sérgio Sampaio.

Junto ao lançamento do disco, foi produzido um clipe da canção “Última esperança”. A música foi baseada na história do catastrófico incêndio do Edifício Joelma (SP) em 74. O premiado clipe, produzido pelo Expurgação (ES), chama atenção pelos efeitos especiais misturando ironias, horror e surrealismo: https://www.youtube.com/watch?v=6JoHctrm7-I . Outro videoclipe lançado ainda oriundo do Estranho Sutil foi a delirante ‘‘Devaneio’’, produção Finordia (ES): https://www.youtube.com/watch?v=NKq_wLiSWTs


Serviço
O que: Lançamento Lobos de Calla + Devise + André Prando (Vitória/ES)
Quando: 06 de abril de 2017 - 22 horas (quinta-feira)
Onde: A Autêntica - Rua Alagoas, 1172 - Savassi - BHZ - MG
Quanto: $15 Antecipado - #20 Portaria

Venda Antecipada nA Autêntica de segunda à sexta, de 08h às 19h, ou na Sympla: 

segunda-feira, 20 de março de 2017

Conheça este som - Oceania

Alô alô, pessoal!

Hoje é dia de abrir espaço aqui no blog para mais um trabalho novo que pinta com muita qualidade em Belo Horizonte. É o projeto Oceania; banda que é nova, mas formada por um pessoal já velho de guerra na música. 

O projeto é encabeçado por Gustavo Drummond, bastante conhecido na cena musical por seu trabalho com a Diesel / Udora; banda que conseguiu romper fronteiras do mercado internacional, além de participações em importantes festivais, como o já clássico Rock in Rio de 2001. Após um breve período de afastamento da música para se dedicar à vida acadêmica, a Oceania marca o seu retorno à atividade musical. 

Além de Gustavo na guitarra e vocal, a formação da banda ainda traz Daniel Debarry no baixo e Túlio Braga na bateria; músicos também já bem conhecidos do público mineiro, com participações em importantes bandas da cena, como Transmissor (Daniel) e Riviera (Túlio).



Com letras em inglês, bela textura musical e timbres pesados, o trabalho da Oceania dialoga com a sonoridade das boas bandas americanas de metal alternativo que despontaram na década de 2000, como Chevelle e Three Days Grace.

De acordo com a própria banda, o nome Oceania foi dado "pela alusão à imensidão e amplitude próprias de uma experiência de duas décadas com a música, com vistas ao lançamento de um novo álbum e turnês que estabeleçam uma ponte com o legado até então construído e a perspectiva futura de criar uma nova história, ainda mais multifacetada e abrangente em seu escopo".

Melhor do que eu ficar aqui escrevendo é você conferir de uma vez o som dos caras. Coloca no talo!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Música nova - "Mãe"

Alô alô, pessoal!

Após um tempo sem postar músicas novas, em decorrência da dedicação ao novo disco da Lobos, eis aqui a primeira de 2017: "Mãe".

Recentemente, eu me casei e, pela primeira vez na vida, eu de fato saí de casa. E essa música fala disso; de partir para não mais voltar; não como já foi um dia. A casa nunca mais será a mesma, e quem vai leva a dúvida do desconhecido, enquanto quem fica aceita o peso da saudade.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

"Às Vezes Eles Voltam" - O novo disco da Lobos de Calla


Hoje, escrevo a postagem mais especial para mim do blog. A que me traz a maior realização pessoal desde que inaugurei este espaço. Pois trata-se do primeiro disco, da primeira gravação oficial que faço, desde 2011, quando gravei com a Lobos de Calla o disco "Cores e Nuvens". E foi apenas agora, em 2017, quase seis anos depois, que me aventurei novamente em um estúdio com a banda.

Os motivos para um intervalo tão grande podem ser compreendidos por meio de vários vídeos que divulgamos no nosso canal no youtube, em especial a série "Lobos de Volg" - que você pode conferir aqui. 

Basicamente, a banda passava por um momento delicado, na virada do ano de 2012 para 2013. Os integrantes viviam etapas diferentes em suas vidas; os objetivos individuais não convergiam em uma direção comum. Coisa normal que acontece, mas que impossibilita o trabalho de uma banda profissional, que busca de fato desenvolver uma carreira. Então, a banda se separou, e eu permaneci com meu sonho solitário de escrever música pela música, fosse como fosse. Perdi um pouco da ambição, do medo de errar, da vontade de acertar... eu queria só gravar. Assim, montei meu home studio, bem simples, com equipamentos bem modestos, e criei esse espaço - blog, no qual poderia me manter de alguma forma conectado com as pessoas que tivessem por ventura algum interesse no meu trabalho. Quis também trazer para perto gente que eu acho interessante. Gente que está onde eu estou, tentando fazer o mesmo que eu tento... que é só tocar música boa. Nunca quis me restringir a um estilo específico musical, nunca quis tecer críticas, nunca quis falar de algum trabalho que eu não gostei... o que eu mais quis em todo esse período foi mostrar para essa galera que aqui existe um sujeito que entende e admira o que eles estão fazendo.

Bem, ao longo de todas essas publicações, desde 2013, eu basicamente apresentei o que seria o novo disco da Lobos de Calla. Na época, eu mesmo não sabia. Achava que a Lobos tinha sido um sonho de algumas noites de um verão, e que estava morta e enterrada. Escrevi, gravei, e aqui publiquei dezenas de músicas. Todas as oito escritas por mim que compõem o novo disco foram publicadas aqui em suas versões home studio. Apenas as duas do Diego Mancini, atual baterista da banda, não foram aqui divulgadas. Fazendo um flashback e comparando as versões caseiras com as versões devidamente produzidas no estúdio pelo mago Raphael Mancini, você poderá perceber exatamente a ideia que tive para um determinado trecho, ou o arranjo que foi mantido em sua integridade, ou a linha de baixo que foi modificada e totalmente criada pelo Bernardo Silvino, e mais do que qualquer outra coisa, a diferença de pegada quando apenas eu estou envolvido e quando existem outras cabeças com outras ideias somando-se ao trabalho. É um exercício que eu considero interessante.

Eu não acreditava em uma volta da Lobos de Calla, mas ela aconteceu. De uma forma muito forte, intensa, obstinada, ambiciosa. Essa tal da ambição, que eu tinha deixado de lado, voltou com força total. Eu não tinha expectativa de gravar novamente com uma formação de banda. Queria fazer um disco meu. Sonhei com esse disco durante três anos. Mas sonhar sozinho é difícil. Ter que fazer tudo sozinho é difícil. É cansativo. Falta um certo combustível que te faça querer ir um pouco mais adiante. Por mais que conviver em banda não seja sempre fácil, ter uma banda que não te dê o suporte emocional e de mão de obra diário, que seja apenas um trabalho da agenda, não é o suficiente para mim. Eu bem que tentei, e foi tocando com alguns dos melhores da praça. Mas eu não consigo, e reconheço que é uma fraqueza minha. E foi nessa levada, com essa convicção crescente, que a ideia de fazer o disco em uma inesperada volta da Lobos foi ganhando força. Porém, a ambição ainda não estava lá. Mas, à medida que a gente se juntou e o trabalho começou a caminhar, ela voltou com a tal força total que eu disse acima. Inicialmente, eu nem fazia questão de tocar ao vivo. Queria apenas gravar o disco. Agora, eu quero tocar no Faustão, no Rock in Rio, na novela das oito, e gravar um DVD com uma mega produção no Matriz, para poder retribuir tudo que essa casa já fez por todo mundo que um dia começou um sonho de ser músico em Belo Horizonte.

A Lobos voltou. Voltou babando, com fome. De corpo e alma. E essa volta não poderia se dar sem uma frase do Mestre Stephen King: "Às Vezes Eles Voltam".

Confira o disco em algum desses vários canais abaixo, e não se esqueça de se inscrever no nosso canal do Youtube.

Nos vemos nos shows!



quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Conheça este som - Vaga Luz

Alô alô, pessoal!

Hoje conheci o novo vídeo clipe da banda mineira Vaga Luz, produzido para a música "Suspender", que você pode conferir abaixo:



Trata-se da faixa de abertura do novo disco da banda, intitulado "Qualquer Palavra Pra Curar". O título é certeiro, já que as letras se destacam no disco, norteando os belos caminhos harmônicos traçados por essa rapazeada ao longo do trabalho; são linhas de rock, desenhadas com delicadeza, e permeadas de poesia.

O álbum, que é o segundo da banda, foi lançado diretamente em plataformas digitais, como a popular Spotify (clique aqui ), no último dia 04 de Novembro.

Formada por Lucas Almeida (voz e guitarra), André Carvalho (baixo), Gabriel Correa (bateria) e Bruno Bontempo (guitarra), a Vaga Luz ainda conta com a participação de vários músicos convidados que ajudam a enriquecer ainda mais o disco, como o boa praça Luís Couto, vocalista da banda Devise, já mencionada aqui no blog algumas vezes; banda, inclusive, que também conta com a presença do baixista André Carvalho em sua formação.

Para quem não tem acesso ao Spotify, deixo aqui um caminho bem fácil para conhecer o trabalho, por meio do Soundcloud. Se liga aí! É só apertar o famoso e popular play: